sexta-feira, 11 de julho de 2008

BOMBASTIK

Me dêem uma tesoura! Deixem-me picotar minhas madeixas, deixá-las agressivamente féxion, desfiadas, pretas, em pontas e movimento.
Dêem-me um microfone e uma banda muito boa, e deixem-me gritar uma música pop-rock-poser que atraia um sem número de adolescentes rebeldes sem causa.
Passem pra cá um coturno novo, uma minissaia e um cartão de crédito, que eu vou rodar a noite na balada, dançar até cair, arrasar corações, abalar as estruturas.
Dêem-me um carro e suas chaves, que hoje eu vou ganhar um racha, dar cavalinho de pau e festejar, no fim, junto com os caras gatos e esnobar, de dentro do macacão de couro, as minas que não sabem dirigir.
Me passa um taco de beisebol, um saco de pancadas e algumas garrafas, que hoje eu vou fazer o estrago. Estilhaçar e destruir, até os músculos sentirem-se satisfeitos. Liga o som, bota Rage Against pra embalar.
Me arruma uma prancha bem louca, uma carona e uma blusinha de surfista. Deixa eu peitar o mar e aprender a dominá-lo no tapa. Sentir a onda bater no rosto, cansar os braços de remar, ousar tomar caldo e levantar. Hoje a praia é minha.
Me vê uma Coca, que hoje eu to cheia de mim e vou (me) arrebentar.

Só deixa a porta aberta, que eu vou chegar tarde, mas quero dormir em casa.

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