sexta-feira, 11 de julho de 2008

NOBODY SAID IT WAS EASY

Ela estava exausta. Passara a noite anterior em claro tentando fazer o bebê parar de chorar.
Ela tentou o embalar, cantar, contar histórias, deu de mamar três vezes entre as 2 e as 5 da manhã.
O bebê dormiu, ela não. Ele mamava o tempo todo e parecia nunca se satisfazer. Mas isso não era o pior - o mamilo rachado, o seio doído, o cheiro de leite - ela entendia que fazia parte, o menino precisava se alimentar. O pior eram os comentários alheios.
No dia anterior, por exemplo, ela e o marido almoçaram na casa da mãe dele. Mal sentaram à mesa, o bebê chorou. "Isso é choro de fome! Você deu o peito a ele hoje?", disse a sogra, com aquele tom represor.
"É só o que eu faço!", pensou. Olhou para o bebê. Ninguém tinha dito que era tão cansativo. Perguntou como andava a perna da sogra e encheu a boca de macarronada.

(Originalmente postado em 26/jul/07)

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