sexta-feira, 11 de julho de 2008

R.I.P. MARÍLIA

E no sepulcro em que vos enterraste, ainda está. Não adianta gritar. É sua sentença ficar morrendo ali. Foste injuriado primeiro, natural que tenhas te vingado. E saiba que foste bem sucedido. Não tentes, porém, lavar tuas mãos e eximir-te da responsabilidade.

A morte foi culpa dela, mas o enterro foi teu. Sem velório, sem funeral, mandaste-a ao crematório. E do pó que sobrou, não vês a cor. Pois tem, sim, vergonha de mostrar-te cores.

Sente vergonha de odiar tua revanche, e encaminha a si os golpes que deseja desferir a ti, e mata-se novamente cada vez que tem a vontade de ferir-te.

Faz das vossas lembranças a tal cinta de silício do Opus Dei. Sangra-lhe o coração a cada pulsar por elas, por ti. Que sangre. Merece, não? E ela, que não acredita nisso, no merecimento e na punição, sente e ressente calada os espinhos perfurando a pele. Quem liga?

Marília pagou pelo seu crime, e o preço maior é sua mancha apagada no mais curto dos tempos. Seu castigo não foi apenas a morte - que leve o seria... É o morrer. Dia a dia.

Há quem diga que renascerá. Há quem acredite.

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