sexta-feira, 11 de julho de 2008

SINDICATO DOS PASSAGEIROS DE TRANSPORTE COLETIVO

Estas linhas não se prestam a defender os direitos dos passageiros, mas a constatar a realidade: todo mundo é valente no transporte coletivo.
Só quem anda de ônibus, trem e metrô sabe o quanto os funcionários de São Paulo são descontentes com seus superiores.
Parece não haver lugar mais adequado no mundo para desabafar as injutiças sofridas nas mãos dos chefes que os coletivos.
Homens e mulheres, principalmente na faixa dos vinte ou trinta anos de idade (especialmente os estagiários), reproduzem diálogos intermináveis a seus amigos e fazem queimar as orelhas de todos os líderes de seus respectivos trabalhos.
Pelos relatos, são uns mártires da CLT. Nas brigas que descrevem, mesmo agindo de maneira calma, sensata e comedida, são sempre alvo de perseguições e ofensas por parte de profissionais incapazes, piores que eles, ambiciosos, e maus, do tipo que tem pêlos no coração.
As inúmeras qualidades que os fazem mais capacitados para os cargos aos quais respondem estão na ponta da língua.
Haja ouvido pra agüentar..

Não me excluo dessa cena irritante. Quando fui eu a estagiária explorada sem dó nem piedade, botei a língua pra fora em milhões de viagens pela cidade entre a redação e a faculdade. Mas isso não muda o diagnóstico.

Reclamaos, xingamos, discursamos e, no fim da linha, chegamos ao escritório, cumprimentandos a secretária, puxamos o saco do chefe e ralamos o dia inteiro sem muitos pios. Afinal, justiça não paga as contas.

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