sexta-feira, 11 de julho de 2008

SONHO NÃO SE DÁ

Sentada no banquinho da praça, abriu o envelope.
Lá estava o nome dele, escrito com uma letra bonita, prateada...
E ao lado, um nome qualquer que não era o seu.
Leu o resto, a data, o local da cerimônia e da festa.
"Março... Que flores será que vão usar?".
Sentiu um nó se formar na garganta.
Pôs a culpa vã de lado e, sem se julgar, deixou a tímida lágrima que se formara no canto do olho abrir caminho para as outras, que pouco a pouco vieram.
Levantou os olhos do rebuscado convite por um instante, pra respirar um pouco, e viu um casal de velhinhos passeando mais a frente.
O coração se apertou. Já estava com 23 anos. Quantos ainda faltavam pra ela acertar?
Abaixando a cabeça, cobriu o rosto com a mão e chorou mais um pouco.

Nenhum comentário: