sexta-feira, 11 de julho de 2008

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Ele se sentia ridículo.
Via na tela do computador o reflexo de seu rosto franzido, os cantos da boca retraídos, a expressão amarga.
Baixou a cabeça e apertou com força os olhos.
Como era possível sentir-se tão perdido, tão sem chão por causa de uma pessoa?
Como alguém como ele, senhor de si, racional, podia sentir-se tão dependente e desarmado diante da rejeição de uma mulher?
Levantou-se e foi lavar o rosto. Respirou fundo diante da pia, olhou-se no espelho. Não podia desmoronar em pleno escritório.
Dedicou um último instante à auto-comiseração.
Estalou o pescoço, voltou à baia e retomou o trabalho.

(Originalmente postado em 09/abr/07)

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